Plantação de pirulitos

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Outro dia fui ver uma peça na faculdade de artes, e acabei ouvindo uma conversa nostálgica de duas senhoras. Elas falavam sobre como era o local “antigamente”, mas não era aquele antigamente da tenra idade, parece que foi um “antigamente” de dez anos mais ou menos.

O que me chamou a atenção foi a descrição da “plantação de pirulitos”. Nada de mais na descrição, foi só um “Ali era a plantação de pirulitos, lembra?”, que foi respondido com uma afirmação entusiasmada pela recordação. Esse entusiasmo da lembrança que me chamou atenção na verdade.

Num primeiro momento eu pensei : “nossa, como artista é louco, achar graça numa plantação de pirulitos que não está dentro de uma escola primária, nem tão pouco numa montagem da casa da bruxa de João e Maria”. Mas aquilo ficou na minha cabeça por tanto tempo, que comecei a refletir o por quê eu achei tão estranho aquele encantamento lúdico das senhoras pela plantação de pirulitos.

Não acho graça na ficção que não pode ser explicada pelos avanços científicos de um futuro próximo, os distantes são chatos também. Mas, na verdade, fiquei com muita vontade de passear por uma plantação de pirulitos, de preferência na época de colheita. (favor evitar análises psicanalíticas sobre esse novo desejo).

Não, ele não está sendo irônico!

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